Receitas de sucesso.


Se você perguntar qual é a melhor fórmula de sucesso a um produtor de cinema, ele certamente vai te falar sobre como arrumar os nomes dos atores, sobre quanto custa para ter um nome de peso na direção, sobre a importância de uma equipe de pré e pós-produção, do quanto vai te custar para ter uma equipe de ponta de efeitos especiais, de todos os mecanismos que devem ser evitados para evitar rejeição do público (linguagem inapropriada, temas controversos) e de elementos que podem e devem ser utlizados (você pode colocar a Jéssica Alba numa roupinha apertada e dizer que é “uniforme de super-herói”: vai agradar as crianças e aos adultos) para garantir a atenção do público.

Enquanto ele se finge de ocupado e vai em direção ao seu carro conversível, o executivo vai te contar que um bom filme, hoje em dia, não sai por menos de 100 milhões de dólares e fatura, quando muito, de 2 a 5 vezes esse valor. Nada mal, não é mesmo?

Pois bem. Ontem eu consegui fugir da frente do computador e me enfiei na frente de outra tela, desta vez para assistir Juno. Uma história simples, com personagens que resgatam meus fiapos de esperança na humanidade. Não foi nenhuma surpresa que o filme tenha recebido o Oscar de melhor roteiro, escrito pela talentosa Diablo Cody. O que realmente surpreendeu é que o filme foi feito com um orçamento de apenas US$ 2,5 milhões, e já tenha faturado mais de US$ 130 milhões. Um retorno de 5500% sobre o investimento. É o tipo de coisa que deve fazer com que o executivo ponha em xeque a sua própria fórmula de sucesso: “por que é que eu não consigo fazer algo tão bem sucedido?”

A resposta é simples: em qualquer área de negócio, compram-se todos os especialistas da indústria, mas não se compra talento. Não há como botar preço num roteiro como o que foi escrito por Diablo Cody.

Encontre e desenvolva seu talento. Expertise é secundária.