Até para fazer um contraponto em relação aos meus dois artigos anteriores (aqui e aqui), é bom falar um pouco sobre as decisões corretas na evolução dos programas que vivenciei recentemente. Até porque o mundo não é feito só de erros, não é mesmo? O problema é que nós sempre guardamos mais na memória as coisas negativas. Ou, na verdade, as coisas positivas nem sempre são notadas, já que elas facilitam a nossa vida.
Recentemente eu tive uma experiência muito interessante com o Gnome do Fedora 10. Em geral, em versões anteriores do Gnome, associar um tipo de arquivo a um determinado aplicativo era uma tarefa não muito trivial (ou pelo menos eu não tinha achado uma solução mais fácil para isso). Quando precisava associar um tipo de arquivo a um aplicativo eu tinha que achar onde ficava o arquivo texto de configuração que o Gnome utilizava para guardar este tipo de informação e editá-lo manualmente. Nada fácil. Muito menos para usuários comuns, que, em geral, não tem traquejo com arquivos de configuração ou nem imaginam que eles existem.
O problema é que quando migrei para o Fedora 10, fui logo procurando este arquivo para alterar algumas das associações padrão do Fedora que não me agradam muito. Até achei um arquivo que parecia fazer isso. Mas depois de editá-lo não obtive o resultado esperado…
Já estava até perdendo minhas esperanças quando, nem me lembro mais porque, decidi clicar com o botão direito em um arquivo e escolher a opção “Propriedades” no pop-up menu. Não é que na janela de propriedades do arquivo existe uma aba específica para você definir qual programa o Gnome deve utilizar para abrir aquele tipo de arquivo!? Extremamente fácil (e devo confessar, intuitivo). Minha mente viciada com procedimentos mais complicados não foi capaz de sacar qual seria o procedimento mais fácil e intuitivo neste caso.
O pior é que depois eu fique pensando que eu acho que já tinha visto esta opção lá em versões anteriores do Gnome. Ou seja, provavelmente eu estava viciado na solução difícil para o problema.
E é aí, meus caros leitores, onde mora o perigo: às vezes nossa mente fica viciada em enxergar o problema do ponto de vista que estamos acostumados. Sabe aquele papo bem estadunidense de “pensar fora da caixa”? Pois é, ele é bem apropriado neste contexto. Sempre vale a pena pararmos para ver se não existe realmente uma maneira mais fácil e intuitiva de fazermos as coisas.