multi-user electro-acoustic music instrument with a tabletop tangible user interface


Seguindo a linha do post anterior, queria falar sobre uma outra forma de interatividade que, de certa forma, é parecida com a anterior por usar alguns conceitos semelhantes mas na prática se mostra totalmente inovadora e diferente.

O Reactable, definido pelos próprios autores como uma “multi-user electro-acoustic music instrument with a tabletop tangible user interface” pode ser visto como um sintetizador modular (se olharmos para ele como um instrumento musical) ou até mesmo como uma linguagem de programação de controle de fluxo (se olharmos ele como um representante fiel de sistemas de controle movidos a sinais elétricos que dão origem a muito daquilo que conhecemos de robótica e computação).

Vou postar aqui alguns vídeos que na minha opinião valem serem assistidos para entender completamente o conceito sendo explorado. O sistema é simples. Basicamente uma câmera posicionada abaixo de uma mesa que captura os objetos que são colocados em cima da mesa e os movimentos que são feitos nos objetos. O resto dos efeitos e controles é feito por luzes e por um sistema computacional de controle. Depois de mostrar os vídeos tento comentar alguma coisa em cima do que pode ser visto neles, mas, como vocês vão ver, nada melhor mesmo que os vídeos para explicar o Reactable.

Como se pode ver pelos vídeos, o Reactable é, antes de mais nada, um sintetizador musical, um instrumento musical. E desta forma, como se pode ver por uma simples busca na internet, já foi usado em algumas festas na Europra. Imagina um que um bom DJ não conseguiria fazer com uma interface destas? Além do show musical, certamente seria um show a parte as imagens da manipulação do Reactable.

Por outro lado, como também é possível ver pelos vídeos, o Reactable nada mais do que reproduz um sistema de controle, no qual você pode compor suas ondas geradoras, retroalimentações, filtros de freqüência e etc. de forma a montar um sistema de controle. E, neste sentido, ele não deixa de ser uma linguagem de programação. Só que com uma interface muito mais intuitiva e com uma capacidade de mostrar o resultado da atuação do sistema de uma forma que realmente dá para visualizar a resposta antes de, por exemplo, ter que implementar um sistema de controle com as mesmas características para controlar um braço mecânico de um robô de uma linha de montagem.

Olhando por outro lado, também consigo ver nele uma tremenda e inovadora ferramenta educacional. Há se meus professores de física, sistemas de controle e telecomunicações tivessem acesso e disposição para usar uma ferramenta dessas durante as aulas! Certamente os conteúdos que, em geral são complexos e difíceis de entender por envolverem o espaço de freqüências, convoluções e etc. poderiam ser muito melhor compreendidos pelos alunos em um tempo bem menor!

E, ainda assim, se esquecermos tudo isso e voltarmos ao tópico sobre o qual estávamos falando originalmente, o Reactable nos mostra, de forma contundente, uma nova forma de interação homem-máquina que dá maior poder de expressão e de visualização de resultados para as pessoas que estão interagindo com o computador. É claro que vocês podem estar pensando como uma coisa como o Reactable poderia se aplicar na vida de uma pessoa comum, que usa o computador para navegar na internet e ler e-mails. Neste sentido, talvez a utilidade do multi-touch screen seja mais fácil de se enxergar. Mas não podemos de forma alguma descartar coisas como o Reactable, já que conceitos como este podem tornar possível, por exemplo, a apresentação de um objeto físico real (que não seja um quadradinho de plástico com um símbolo desenhado como nos exemplos) a um computador. Vocês já imaginaram nas possibilidades que podem se abrir se um computador conseguir a efetivamente reconhecer objetos e/ou pessoas que são apresentados a eles?