Motivos para se ter um Mac


 A história da familia Galves (também conhecida como minha familia) com o Mac tem exatamente 20 anos. Começou em 1988, quando meus pais compraram um Mac SE com incríveis 20MHz de processamento e 1MB de memória RAM. O motivo na época era a incrível superioridade de sua interface gráfica em relação aos PCs equipados com DOS.

De lá para cá, foram um Performa, três iMacs, um eMac e alguns notebooks. E em todas as aquisições, sempre tinha o lado de “Apple é coisa de rico, é elitista, não tem assistência técnica no Brasil…”. Não deixava de ser verdade. Mas tem algo no ar: a percepção e a visão do público em relação à Apple está, em minha humilde opinião, mudando. Eu vejo a quantidade de pessoas a minha volta, computeiros ou não, que hoje pensam seriamente em comprar um MacBook, ou um MacBookPro, ou um iMac. Com certeza, a adoção da plataforma Intel, o dólar favorável e consequentemente a redução dos preços ajudou bastante. O efeito iPod/iPhone também. E em geral todos eles ficam extremamente felizes com a troca.

Motivos para se ter um Mac acho que não faltam. Vou listar alguns aqui, que para mim são bem importantes, e que acho que podem ser importantes para o público deste blog.

Antes do Mac O X, o grande trunfo do sistema operacional da Apple, além de sua usabilidade excepcional, era a sua altíssima integração com o hardware. Isso lhe dava a estabilidade que muitas vezes faltava ao Windows, que tinha (e ainda tem que) dar suporte à uma infinidade de drivers e periféricos, muitas vezes de baixa qualidade. Por este motivo muitos aplicativos complexos (como Photoshop) apresentavam benchmarks melhores no Mac do que em PCs com processadores mais rápidos.

Mas com o OS X, baseado no BSD e no microkernel Mach, a Apple adotou de vez as qualidades dos sistemas UNIX Like: um sistema realmente multiusuário, multitarefa preemptivo, com memória compartilhada. Ou seja, além do hardware extremamente bem controlado, agora o Mac oferece um SO moderno, eficiente e muito mais robusto.

E daí os leitores me perguntam: “se OS X é Unix like, porquê então gastar os tudos num Mac se eu posso ter um PC mais barato rodando Linux?” Boa pergunta! Eu diria que a resposta está nos detalhes. Eu gosto muito de Linux, tanto que recentemente mandei o Windows da minha máquina de trabalho pro espaço e instalei o Ubuntu. E isso com certeza aumentou muito a minha produtividade e felicidade. Inclusive, fiquei extremamente bem impressionado com a evolução do processo de instalação e da interface gráfica do Linux, dos quais eu estava afastado desde 2006.

Mas eu ainda tenho um pé atrás com ter Linux no meu computador pessoal. Porquê tem horas que eu quero desenvolver, hackear o sistema, fazer scripts. Mas em muitos momentos eu quero simplesmente que as coisas funcionem, quero que minhas placas de rede, vídeo, câmera embutida, HDs externos e afins sejam reconhecidos e integrados ao resto do sistema sem ter que ficar pesquisando horas em fóruns. As vezes quero não ter que escolher entre as milhares de opções de aplicativos para música ou vídeo. E sobretudo: eu sempre quero ter uma interface gráfica que funcione perfeitamente, que seja redonda e bonita. E aí chegamos ao outro grande trunfo da Apple: colocar uma interface gráfica matadora por cima do Unix, chamada Aqua. A Sun parece ter desistido de tentar fazer isso há um bom tempo, porquê o ambiente gráfico de suas estações de trabalho são muito fracos. O KDE e o Gnome me parecem estar no caminho certo, e estão bem pertos de ter um ambiente pronto para usuário final.

Até agora eu só falei do software. E o hardware, não tem nenhuma vantagem? Bom, se olharmos friamente apenas características como placa mãe, placas de vídeo, rede, processador, talvez não. Mas de novo, a diferença está nos detalhes. Está no conector magnético do cabo de energia (que já me salvou de desastres umas três vezes). Está na câmera embutida de altíssima qualidade. Está no teclado do MacBookPro com backlight, que ajuda muito a escrever em situações de baixa luminosidade. Está no acelerômetro que proteje o HD em movimentos bruscos. E sobretudo: está no design incrível, que permite que máquinas sejam clean, leves e finas. Além de bonitas. Acho isso bem importante.

“OK, OK, e os aplicativos do mundo Windows que eu amo tanto? Existe equivalência? E eu posso integrar um Mac no ambiente Windows da minha casa ou trabalho?”.

Sim, na grande maioria dos casos. Pacote Office da M$ (que é sagrado para boa parte da população usuária de Windows) existe para Mac, e tem compatibilidade total com o pacote para Windows. Aplicativo de IM, como MSN, Skype tem verão nativa, e existem vários programas que são compatíveis com GTalk, ICQ e MSN. Grande parte das ferramentas de processamento de imagens como Photoshop, Lightroom e outras tem versões nativas. O OS X é compatível com redes Windows, permitindo que arquivos sejam compartilhados entre Macs e PCs de forma transparente. Boa parte das impressoras oferece drives para ambos os sistemas operacionais e o processo de instalação é bem simples.

E se tudo mais falhar, ainda existe a opção de instalar Windows dentro de uma máquina virtual, com o Virtual Box da Sun, ou o VMWare Fusion ou o Paralels. Instalei o VMWare Fusion no meu MacBookPro, e o resultado é muito bom. A versão 2.0, divulgada há pouco tempo permite que aplicativos Windows rodem de forma completamente integrada no ambiente Mac, sem a necessidade de uma janela da máquina virtual, e permite que atalhos sejam criados no sistema para ativação automática. Além do mais, eles garantem a compatibilidade total de vários jogos.

“Ahá, peguei você: JOGOS! A listinha de vinte e poucos jogos que rodam no VMWare Fusion não me impressiona. E aí?”. Pois é, chegamos ao único ponto sensível: jogos. A lista de jogos que estão sendo publicados para Mac está aumentando, mas ainda não chega aos pés da lista de jogos pra Windows. Mas neste caso, existe sempre a possibilidade de se instalar o Windows diretamente no Mac com um sistema de dual boot. Neste caso, todos os jogos rodam perfeitamente.

E para todo o resto, existe o Mac OS.