Esta nem é tão nova assim, mas se alguém ainda não viu acho que vale a pena ver.
O Wii é hoje talvez o vídeo-game de última geração que mais unidades vendeu. E muito disso certamente se deve ao novo modo de interação com o usuário que ele introduziu, já que em termos de inovação e evolução de tecnologia de processadores, por exemplo, ele fica bem atrás de seus concorrentes XBox 360 e PlayStation 3. Já falei um pouco sobre isso aqui. Nesse post, inclusive, disse que achava que esta nova forma de interação do Wii poderia introduzir novas alternativas para a computação de uma forma geral. Este post atual é sobre isto.
Todo este novo modo de interação com o usuário introduzido pelo Wii é responsabilidade do Wiimote, o controle do vídeo-game. O que talvez nem todo mundo saiba é que é possível utilizar o Wiimote para tarefas que não aquelas para as quais ele foi originalmente desenhado, ou seja, ser apenas um controle de vídeo-game.
Os vídeos abaixo mostram ao menos três coisas muito legais que são possíveis de se fazer com um Wiimote. Basicamente elas utilizam o fato de o controle ter uma câmera infra-vermelha embutida para captar movimentos e o fato de ele também ser um dispositivo bluetooth para enviar estas informações para um programa rodando em um computador. Este programa traduz as informações captadas pela câmera em ações no computador.
Mais informações sobre os projeto de Johnny Lee podem ser encontradas aqui.
Apesar de eu não conhecer nenhuma, imagino que existam ferramentas comerciais capazes de prover estas funcionalidades. O que mais me chamou a atenção nestes casos foi a simplicidade e a maneira quase prosáica com que foi possível montar sistemas de interação relativamento complexos e capazes de obter informações mais parecidas com aquelas que o ser humano está acostumado a lidar, como movimentos naturais do corpo.
Por outro lado, também é interessante pensar nos tipos de aplicações em que estas soluções podem ser utilizadas. Fico imaginando quantos artistas plásticos que trabalham com mídias digitais ou arquitetos e engenheiros que trabalham com desenho técnico conhecem estas tecnologias e o quanto elas poderiam auxiliar o dia-a-dia deles.
Estas soluções nos aproximam cada vez mais de cenários pensados em filmes e livros de ficção científica. Um outro salto nesta direção está sendo dado pelo Projeto Natal da Microsoft (que, por sinal, é liderado por Alex Kipman, um brasileiro — veja uma entrevista dele para a revista Exame aqui). O propósito é relativamente parecido com a proposta dos projetos do Johnny lee, mas agora são utilizadas imagens reais captadas por uma câmera normal. Inicialmente pensado para o XBox 360, certamente o Projeto Natal também será extendido para PCs no futuro. O primeiro dos vídeos é o vídeo institucional de lançamento do sistema. Achei ele bem marketeiro e tenho dúvidas sobre quanto do que é mostrado já é realidade. Já o segundo me parece mais com um tipo de aplicação demo que é desenvolvida para o teste de um sistema deste tipo. De qualquer forma, tendo uma empresa como a Microsoft por trás destas campanhas de marketing, é difícil dizer qual o estágio de amadurecimento deste sistema apenas pelos vídeos na Internet. Só vendo uma demonstração real para saber mesmo.
De qualquer forma, eu não ficaria surpreso se estivermos interagindo com computadores das maneiras como foram propostas acima em poucos anos.