Eu me considero um macmaníaco, sou fã dos produtos da Apple e de forma geral adoro brinquedinhos tecnológicos. Na lista de gadgets que gostaria de ter um dia, o iPhone ocupa um lugar de destaque. Mas sinceramente, não consigo entender esse pessoal que vira noites e noites em filas monstruosas apenas para estar entre os primeiros a possuir um desses sonhos de consumo.
Primeiro porque tempo é algo precioso. Sabendo a correria que é o dia-a-dia, mesmo tendo flexibilidade de horários, não me passa pela cabeça perder horas valiosas apenas esperando. O máximo que já fiquei numa fila foi 5h, para comprar ingresso do Cirque du Soleil e já foi muito. Aliás, eu até concebo que pessoas fiquem em filas para shows e eventos, uma vez que os lugares são limitados e muitas vezes é uma chance única de ver sua banda favorita. No caso de produtos eletrônicos, apesar de não serem infinitos, as quantidades são muito maiores.
Mas o que mais me estarrece é ver que as pessoas realmente não aprendem com o passado. Todos repetem os mesmos erros, e ainda por cima reclamam disso. Explico: por mais que empresas tenham processos de qualidade avançadíssimos, os melhores testes são o uso cotidiano por parte do público.
No caso da Apple, é normal que bugs apareçam nas primeiras semanas de uso, patches sejam liberados, novas versões produzidas. Isso aconteceu com os Macs Intel, com o primeiro iPhone e com muitos outros produtos da empresa do tio Jobs. Além do mais, é comúm o reajuste dos preços (geralmente pra baixo) depois de um certo tempo. Quando comprei meu MacBookPro, paguei 1000 reais a menos por uma configuração superior, cerca de 6 meses após o lançamento. Com o iPhone 1, foi assim também.
Mas mesmo assim o filme se repete. Filas gigantescas para adquirir o iPhone, e poucas horas após seu lançamento mundial, as primeiras reclamações já eram publicadas na mídia: processo de ativação lento e/ou inoperante, travamento das funções do celular, etc, etc, etc…
Deve ser fetiche. Só pode ser.
E agora me lembro de duas frases que meu pai adora: “O que é do gosto regala a vida” e “Apressado ou come crú ou queima a língua”.